terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Pressão alta na gravidez = Eclâmpsia, é gestação de risco e deve ser acompanhada por obstetra

"Pelo menos duas medidas alteradas de pressão na gestação? ===> hipertensão gestacional ===> parto domiciliar fora de questão ===> pré-natal com MÉDICO OBSTETRA ===> alto risco ===> exames adicionais são necessários ===> fora da alçada da parteira

Mesmo que estivesse calor? Mesmo que tivesse brigado com a sogra de manhã? SIM. Mesmo que qualquer coisa!

Uma medida de pressão alterada? ===> fazer "curva de PA" e colher exames (proteinúria principalmente, mas não apenas) ===> considerar que, salvo defeito do aparelho, provavelmente se trata de uma hipertensão gestacional em curso ainda não diagnosticada

Curva de PA = Medidas seriadas de pressão em casa, tem que comprar o aparelho, tem que medir, anotar, mandar pra equipe.

Repito: pré-natal para MÉDICO OBSTETRA!!! Parto domiciliar fora de questão!!!

Algumas das consequências da pressão alta na gestação, se não diagnosticada, monitorada e tratada adequadamente: restrição do crescimento do feto (bebê menor do que o esperado para a idade gestacional), eclâmpsia (convulsões em decorrência da pressão muito alta), descolamento de placenta (altíssimo risco de óbito para o bebê e hemorragia para mãe), síndrome HELLP (condição grave associada a complicações nos órgãos/sistemas afetados pela pressão muito alta na gestação), óbito fetal/neonatal, óbito materno.

Pressão alta na gestação é alto risco. No Brasil, é a principal causa de morte materna particularmente porque não valorizamos, diagnosticamos, monitoramos e tratamos adequadamente estes casos. Muitos desses casos de complicações associadas à pressão alta na gestação são potencialmente evitáveis. Cada caso de uma dessas complicações que acontece merece revisão cuidadosa do pré-natal, pois as chances não são pequenas de que tenha havido alguma falha no processo.

É preciso estar vigilante. Médicos e hospitais para quem precisa de médicos e hospitais."

Por Maíra Libertad Soligo-Takemoto, Enfermeira Obstetra Coletivo De Parteiras

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Indicação de Profissionais - Parto Domiciliar no Rio de Janeiro

Para quem procura uma equipe de parto domiciliar no Rio de Janeiro, com excelente formação técnica, não intervencionista e que respeita a fisiologia do parto e o protagonismo da mulher e sua família:



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Previsão para dia do parto falha em 96% dos casos - e a gente já sabia disso!

Atentem, pessoas, para o fato de que seu bebê provavelmente não nascerá na data prevista para o parto (DPP) segundo a ultrassonografia que vc fez, ou segundo as contas feitas pela data da última menstruação (DUM).
Os bebês podem estar prontos pra nascer e decidirem nascer entre 37 e 42 semanas de gestação.
E se seu médico usa a DPP para dizer que seu filho está "passando do prazo" há enormes chances dele estar ERRADO, se ele lhe marcar uma cesariana sem que vc entre em trabalho de parto por conta do mesmo argumento, provavelmente seu bebê nascerá prematuramente.
Taí mais uma forma de os obstetras engabelarem a mulherada pra marcar cesariana e eles ficarem com suas agendas certinhas. Caia fora!

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Previsão para dia do parto falha em 96% dos casos, diz estudo
Especialistas ressaltam que cálculo não é exato e que confiar demais na data informada pelo médico gera ansiedade desnecessária em grávidas.

Por: Keith Moore, Da BBC New

Penelope (esq.) e Eleanor têm a mesma data prevista para o parto,
mas a chance de isso acontecer é de uma em 500. (Foto: BBC)

Quando Penelope Chaney encontrou sua amiga Eleanor Marshall, as duas mal puderam acreditar na coincidência. Ambas haviam sido informadas por seus médicos de que a data prevista para ambos os partos era 4 de abril.

Mas quais as chances de duas amigas darem à luz no mesmo dia?

Antes de responder a essa questão, é preciso entender como é estimada a chamada data prevista para o parto (DPP).

Na Grã-Bretanha, onde Penelope e Eleanor vivem, ela é calculada a partir da data da última menstruação – a essa, adiciona-se 280 dias, ou seja, 40 semanas.

Em seguida, um ultrassom determina outra data, que é estimada ao se medir o tamanho do feto.

Se essas duas datas ficarem muito distantes entre si, a do ultrassom é levada em conta.

No entanto, dados do Perinatal Institute, uma ONG britânica, mostram que as DPPs quase nunca são precisas. Na verdade, apenas 4% dos bebês nascem na data estimada.

Se por um lado é útil para os pais ter uma ideia de quando o bebê vai chegar, a principal função da data do parto é "definir uma métrica para o acompanhamento médico" durante a gravidez, explica o professor Jason Gardosi, do Perinatal.

"Um dos usos é interpretar testes de sangue no começo da gravidez para analisar se há riscos de anomalias congênitas. Para isso, é importante saber em que estágio da gestação a mulher está", afirma.

O conselho para grávidas, Gardosi afirma, é que o parto ocorra em qualquer momento entre a 37ª e a 42ª semana de gestação, em um período conhecido como "a termo", quando o bebê atingiu a maturidade esperada.

No Brasil, alguns médicos consideram que o limite é a 40ª semana – e recomendam cesárea após essa data. A medida é polêmica, já que muitos afirmam que ela resulta em um alto número de bebês prematuros, justamente pela imprecisão da data prevista para o parto. Por exemplo, se um bebê que teria 37 semanas tivesse, na verdade, 36.


Probabilidade

Para mulheres como Penelope e Eleanor, com gestações de baixo risco, há 60% de chance de o bebê nascer uma semana antes ou uma depois da data prevista para o parto.

E, como dito acima, apenas 4% dos bebês nascem na data que lhes foi prevista (ou 4,4% se excluirmos gestações de risco). Em outras palavras, a chance de isso acontecer é de menos de um para 20.

Então quais as chances das amigas terem filhos no dia 4 de abril? Apenas 4,4% de 4,4%, ou 0,2%. Ou seja: uma chance em 500.

Já as chances de seus filhos nascerem no mesmo dia – qualquer dia, não especificamente no dia 4 de abril – são maiores: uma em 30.

O cálculo ilustrativo, segundo Gardosi, contém uma mensagem importante para grávidas: a de que a data prevista para o parto pode enganar - e na maioria das vezes engana.

"Muitas mulheres ficam ansiosas ou impacientes se têm muitas expectativas sobre a data do parto. Precisamos explicar a elas que essa é apenas uma data que nos ajuda a determinar os estágios da gravidez."